sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Ato de abraçar: um sintoma de liberdade

      Quando se abraça o corpo se aproxima tornando menor a distancia e aumentando a cumplicidade natural. 
        Não está no abraço o apego pelo que é seu, como na posse. Quem abraça, mesmo sem querer, vai libertar, como se entre semente e terra não houvesse nada além do laço concreto e puro.O que vai florescer não é essência da terra, mas faz parte do que é dela, assim  como é substancialmente da semente. Muitas vezes é preciso retirar a muda daquele lugar, da quela terra, e em outro meio ela irá florescer tal como o cuidado preparou.
       No abraço mora algo tão especial que é fruto de nosso profundo apreço pela vida, pela pessoas, por um Deus. Nele se abriga a liberdade. Uma dona tão íntegra e sã que se deixa acomodar por alguns instantes nesse presente. A liberdade não precisa de uma propriedade fixa para residir, Ela simplesmente fica pelo tempo que quer e onde quer. Embora no ato de abraçar ela se sinta plenamente acolhida.
      É por isso que ao abraço compete ser sintoma de liberdade, como um vestígio não como se somente nele ela estivesse. Ele é um argumento em favor da existência dela, por sua específica função de compartilhar sem prejuízos às partes, que se entregam por um breve instante sem nada cobrar.

 Hilda Freitas, São Paulo, em 22 de fevereiro de 2013.